
Os desafios da maternidade solo no Brasil e a importância do acolhimento
A maternidade solo é uma realidade crescente no Brasil. Mais do que a ausência de um cônjuge, essa condição significa que todas as responsabilidades da criação dos filhos recaem exclusivamente sobre a mulher. Os desafios são muitos e envolvem aspectos financeiros, emocionais e sociais, impactando diretamente a qualidade de vida dessas mães e de seus filhos.
O cenário da maternidade solo no Brasil
Atualmente, mais de 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O crescimento desse grupo foi de 17,8% na última década, o que reforça a necessidade de políticas e iniciativas voltadas para esse público. Além disso, 72,4% dessas mães vivem só com seus filhos, sem contar com uma rede de apoio próxima.
A questão racial também precisa ser considerada. Segundo uma pesquisa realizada entre 2021 e 2022 também pela FGV, 90% das mulheres que se tornaram mães solo entre 2012 e 2022 são negras. O recorte de classe também é preocupante: 44% das famílias monoparentais chefiadas por mulheres vivem com menos de um salário mínimo, segundo o Datafolha.
Esses números revelam um cenário de vulnerabilidade acentuada, onde a falta de suporte financeiro e emocional impacta diretamente a vida dessas mulheres e de seus filhos.
Os principais desafios enfrentados pelas mães solo
Acesso a serviços de saúde: Muitas mães solo têm dificuldades para acessar atendimentos médicos, especialmente pré-natal e puericultura, por falta de tempo e estrutura de suporte.
Dificuldade na aquisição de itens básicos: Produtos de higiene pessoal e infantil são essenciais para o bem-estar das mães e de seus filhos, mas muitas vezes são inacessíveis devido à baixa renda.
Ausência de rede de apoio: Sem um sistema de suporte familiar ou comunitário, essas mulheres enfrentam desafios diários, desde a necessidade de conciliar trabalho e criação dos filhos até a sobrecarga emocional.
Falta de auxílio psicológico e emocional: A pressão de ser a única responsável por uma família pode levar ao esgotamento mental e emocional.
Iniciativas para mudar essa realidade
Diante desse cenário desafiador, algumas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) têm criado projetos para suprir as necessidades dessas mães. O Projeto Afeto da Fundação CDL-BH atua com um olhar 360º sobre as múltiplas vulnerabilidades enfrentadas pelas mães na atualidade.
O Projeto Afeto da Fundação CDL-BH tem como objetivo acolher e capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade, oferecendo suporte emocional, acesso a itens de higiene básica para mãe e bebê, artigos para o enxoval do recém-nascido e iniciativas de qualificação profissional. A ideia é proporcionar autonomia financeira e melhorar a qualidade de vida dessas mulheres e de seus filhos.
O acolhimento emocional e psicológico é uma das vertentes essenciais do projeto, garantindo que essas mães tenham acesso a um suporte adequado e, somado a isso, as gestantes internadas na casa da Gestante ganham um ensaio fotográfico especial neste período da gestação com o objetivo de melhorar a autoestima das mães nesse momento tão delicado. Além disso, a vertente empreendedora é outra marca do projeto, através da capacitação, muitas dessas mulheres têm a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho, superando barreiras históricas de exclusão e garantindo melhores condições para suas famílias.
Conclusão
A maternidade solo é um desafio que precisa ser enfrentado com soluções efetivas e estruturadas. Para isso, é fundamental que haja um olhar atento às condições de vida dessas mulheres, considerando os recortes de classe e raça. O Projeto Afeto da Fundação CDL-BH é um exemplo de como iniciativas sérias podem impactar positivamente a vida das mães solo, oferecendo acolhimento, suporte e oportunidade de mudança.
Conheça mais sobre a iniciativa: