
O Dia Internacional da Mulher é uma data de celebração e, sobretudo, de reflexão. Entre os muitos desafios enfrentados pelas mulheres ao longo da história, a inserção e permanência no mercado de trabalho continua sendo um dos mais relevantes. Mas como essa realidade tem mudado ao longo das gerações?
Para entender como essa realidade é refletida dentro da nossa casa, a Fundação CDL-BH realizou uma enquete com 128 aprendizes mulheres, investigando a trajetória profissional de suas mães e avós. Veja a seguir um pouco da história das gerações anteriores das mulheres da classe trabalhadora de Belo Horizonte e região metropolitana e seja nosso(a) convidado(a) na reflexão sobre como verdadeiramente engajamos na luta pelos direitos das mulheres.
O Caminho Percorrido pelas Gerações Anteriores
A enquete realizada pela Fundação CDL-BH foi realizada de forma anônima e consistia em 10 perguntas, mesclando perguntas de múltipla escolha e discursivas. As perguntas tinham como objetivo investigar qual a porcentagem de mulheres das famílias das aprendizes estavam inseridas no mercado de trabalho, quantas delas na modalidade formal ou informal e também, por sua vez, quais as dificuldades e desafios enfrentados na inserção e permanência.
Os dados coletados revelam que a grande maioria das mães e avós das jovens aprendizes estão inseridas no mercado de trabalho, sendo a porcentagem em ambos os casos superior a 70%.


Além disso, a palavra “cansaço” e suas variações aparecem diversas vezes dentre as respostas e, parte disso pode ser atribuído ao fato de que, mulheres que trabalham fora dedicam 73% mais horas do que os homens aos cuidados e/ou afazeres domésticos, segundo pesquisa feita pelo IBGE, o que faz com que esse público seja vítima de uma jornada dupla. Confira a seguir a nuvem de palavras geradas com as respostas da enquete:
O Mercado de Trabalho Feminino Hoje: Avanços e Desafios
Os dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a presença feminina no mercado de trabalho atingiu um marco histórico, alcançando 48,1% no segundo trimestre de 2024. No entanto, apesar desse crescimento, os desafios persistem. A taxa de desemprego entre as mulheres ainda é superior à dos homens, chegando a 9,8% no primeiro trimestre de 2024. Além disso, mesmo com maior escolarização, as mulheres ainda recebem, em média, 21% a menos do que os homens.
Essa realidade reflete um cenário histórico marcado por oportunidades limitadas, dificuldades de acesso e preconceitos estruturais que dificultaram a participação feminina em diversas áreas profissionais. Se, por um lado, houve avanços significativos, por outro, a trajetória das mulheres no mundo do trabalho continua sendo desafiadora.
Para além de coletar uma amostra que nos auxiliasse na compreensão do cenário do trabalho feminino em Belo Horizonte, a enquete realizada também desempenhou um papel de termômetro para reflexão interna, ou seja, as respostas se mostraram um rico material para reflexão sobre como o Programa Educação e Trabalho (PET) pode atuar cada vez efetiva na construção de mais equidade no mercado de trabalho.
O Dia Internacional da Mulher como uma Oportunidade de Reflexão
Um fato interessante é que, refletindo o cenário apresentado pela pesquisa do IBGE, a presença feminina dentro do Programa Educação e Trabalho (PET) é bastante expressiva. De acordo com dados levantados em janeiro de 2025, o público de aprendizes mulheres da Fundação CDL-BH ultrapassa a marca de 80% do total de jovens no programa de aprendizagem. Assim, refletir sobre como tornar mais acessível e democrático o acesso à primeira oportunidade de trabalho para mulheres deixa de ser apenas um desejo da Fundação CDL-BH para se tornar urgência.
Ao comparar suas trajetórias com as de suas mães e avós, muitas aprendizes relataram que sua inserção no mercado de trabalho foi menos difícil. Esse avanço, no caso de nossas aprendizes, pode ser creditado a programas que preparam jovens mulheres para o mundo do trabalho, como o Programa Educação e Trabalho (PET). O programa tem um papel essencial ao capacitar e proporcionar oportunidades reais de emprego, facilitando a entrada e permanência das mulheres em diferentes setores. Confira a seguir a percepção das entrevistadas sobre a pergunta em questão:

[GRAFICO FACILIDADE DE INGRESSO]
O Futuro que Queremos Construir
Os avanços são inegáveis, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que o mercado de trabalho seja, de fato, igualitário. Garantir que mulheres tenham as mesmas oportunidades de acesso, permanência e crescimento profissional é uma responsabilidade compartilhada entre empresas, instituições e sociedade.
Neste contexto, o PET continua sendo um grande aliado para transformar essa realidade. Ao preparar jovens para o mercado de trabalho e incentivar a equidade de oportunidades, o programa contribui para um futuro no qual mulheres possam desenvolver plenamente suas carreiras, sem limitações impostas historicamente.
Que este Dia Internacional da Mulher seja um momento de reflexão e, acima de tudo, de ação. Construir um mundo mais justo e inclusivo está ao nosso alcance e depende do compromisso de todos.