Miopia cresce entre crianças e adolescentes de BH e região

O programa Ver é Bom Demais, realizado entre os dias 3 e 4 de outubro em Belo Horizonte, trouxe dados preocupantes sobre a saúde ocular de crianças e adolescentes da capital mineira. Dos 191 testes de acuidade visual realizados, 158 apresentaram indicativos de miopia, evidenciando a necessidade de uma avaliação oftalmológica.

A iniciativa, promovida pela Fundação CDL-BH, em parceria com a Lumi Oftalmologia e a rede de óticas Centro Visão, tem o objetivo de identificar precocemente problemas de visão e garantir o acompanhamento médico necessário para aqueles que precisam de lentes corretivas.

De acordo com o presidente da Fundação CDL-BH, Vilson Mayrink, houve um aumento significativo em relação ao ano anterior. 

“Comparado a 2023, registramos um crescimento de 25,42% nos casos que necessitam de consultas especializadas. Nossa estimativa é que 133 dessas crianças e adolescentes precisem usar óculos”, afirmou.

Confira os resultados dos anos anteriores do Programa Ver é Bom Demais

Miopia em Crianças: Um Problema que Não Para de Crescer

Segundo o British Journal of Ophthalmology 1 em cada 3 crianças do mundo possui miopia
Segundo o British Journal of Ophthalmology 1 em cada 3 crianças do mundo possui miopia

O aumento dos casos pode estar diretamente relacionado ao uso excessivo de telas e à falta de acesso a consultas oftalmológicas de rotina. A oftalmologista Débora Faleiros Leite, parceira do programa, alerta que o estilo de vida moderno tem impacto direto na saúde ocular dos jovens. 

“O uso prolongado de celulares, tablets e computadores, aliado à falta de atividades ao ar livre, contribui significativamente para o aumento dos problemas de visão. É essencial incentivar as crianças a passarem mais tempo ao ar livre, expostas à luz natural, para reduzir o risco de progressão da miopia”, explicou.

Segundo orientações da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria, a exposição às telas deve ser evitada em crianças menores de dois anos. Para crianças de cinco anos, o tempo máximo recomendado é de uma hora por dia, enquanto para aquelas entre seis e 10 anos, o limite é de duas horas. Já para adolescentes, a recomendação é que o uso não ultrapasse três horas diárias.

A Importância de Ações Preventivas

Problemas de visão, como a miopia, quando não tratados podem ter consequências graves, como a evasão escolar e a exclusão social. A falta de acesso a cuidados oftalmológicos pode condenar jovens a um ciclo de invisibilidade e vulnerabilidade. 

Desde a criação do programa, em 2002, o Ver é Bom Demais já impactou positivamente a vida de milhares de jovens. Até o momento, foram realizados 5.645 testes de acuidade visual, 2.636 consultas oftalmológicas e 1.600 óculos corretivos foram entregues.

“É crucial que ofereçamos oportunidades para essas crianças e adolescentes terem acesso à saúde visual. Isso pode fazer a diferença no futuro deles, tanto no ambiente escolar quanto na vida social”, destacou Vilson Mayrink.

O estímulo ao uso de óculos de grau

De acordo com o proprietário da rede de óticas Centro Visão, Fernando Cardoso, crianças até cinco anos de idade tendem a ter mais dificuldade de adaptação ao uso de óculos corretivos.

“As crianças não se sentem confortáveis com o uso das lentes. Elas precisam de estímulos para se sentirem mais à vontade. Em casa onde mais de uma pessoa usa óculos, por exemplo, é importante que usem corretamente para que seja exemplo. Outra boa estratégia é mostrar personagens infantis ou famosos que utilizam óculos para gerar identificação. E, claro, sempre dizer que os óculos ajudarão na saúde ocular”, aconselha. 

Voluntariado Faz a Diferença na Ação

Ao lado dos parceiros da Lumi Oftalmologia e da Centro Visão, a Fundação CDL-BH visa melhorar o cenário da miopia em BH
Ao lado dos parceiros da Lumi Oftalmologia e da Centro Visão, a Fundação CDL-BH visa melhorar o cenário da miopia em BH

Um dos aspectos mais marcantes desta edição do Ver é Bom Demais foi a participação de voluntários. Colaboradores da própria Fundação CDL-BH, além de membros da CDL Jovem e de demais origens, dedicaram seu tempo e esforço para que a ação fosse um sucesso. Esses voluntários tiveram um papel fundamental na organização e execução dos testes de acuidade visual, bem como no acompanhamento das crianças e adolescentes durante as atividades. 

O trabalho voluntário é um dos pilares da Fundação CDL-BH, refletindo o compromisso com a responsabilidade social e o apoio a iniciativas que promovam saúde e bem-estar para os mais vulneráveis.

Essa colaboração entre diferentes grupos fortalece o impacto das ações sociais e reforça o espírito comunitário que sustenta o programa. Voluntários, além de contribuir diretamente para a realização das atividades, trazem inspiração e engajamento, ajudando a multiplicar os benefícios gerados por iniciativas como o Ver é Bom Demais.

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